É direito do cidadão saber se a Prefeitura fez estudo ambiental para reformar cemitério

É direito do cidadão saber se a Prefeitura fez estudo ambiental para reformar cemitério

É direito do cidadão buscar perante o Poder Público Municipal informações acerca da existência ou não de Licença Ambiental e Estudo Prévio de Impacto Ambiental para obra de ampliação do Cemitério Municipal. No contrapasso, é dever da Administração fornecer as informações requeridas.

Com essa determinação, a Desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Guedes Moura, confirmou sentença editada em Mandado de Segurança concedido pelo Juiz Otávio Augusto Ferraro, do Município de Boca do Acre, no Amazonas. 

O autor havia solicitado formalmente acesso às informações acerca da existência ou não de Licença Ambiental e Estudo Prévio de Impacto Ambiental na Ampliação e funcionamento do Cemitério Público Municipal de Boca do Acre, por entender ser de caráter obrigatório o Licenciamento por Resolução do CONAMA, porque cemitérios sejam empreendimentos potencialmente capazes de causar degradação ambiental.

A preocupação do Impetrante foi a de que  a ampliação do Cemitério Municipal, então iniciada, e com terreno próximo a várias residências circunvizinhas que, como informou,  utilizam de poços artesianos, sendo preocupante a abertura de covas, com indícios de não obediência das normas ambientais obrigatórias e altamente capaz de causar danos irreversíveis.

O Secretário Municipal do Meio Ambiente e Defesa Civil negou as informações justificando que estariam adstritas a autorização judicial, sem qualquer justificativa de que o processo estaria sujeito a sigilo. Afinal, todos tem direito de obter informações do Poder Público.

Com base nessas premissas, com liminar concedida a favor do impetrante, a decisão foi confirmada em sentença, se ordenando à autoridade impetrada, com o reconhecimento de sua legitimidade, para que fornecesse as informações requeridas.  

O caso chegou ao Tribunal de Justiça do Amazonas, com exame da Desembargadora Relatora, Socorro Guedes. A Relatora editou em voto condutor de julgado que “é,  direito do Impetrante ter acesso à informações requeridas administrativamente”.

E ponderou “Extrai-se que a justificativa da resposta administrativa de que por envolver pessoas físicas e jurídicas o processo administrativo pertinente às obras de ampliação do Cemitério Municipal só poderiam ser cedidas com autorização das partes ou por determinação judicial não encontra respaldo no ordenamento jurídico”

 “Conforme sabido e ressabido,  a teor do art. 5º, XXXIII, da CRFB, todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, sob pena de responsabilidade, ressalvadas apenas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.

Remessa Necessária Cível n.º 0000881-03.2020.8.04.3101

Leia mais

Após denúncias, concurso público da Câmara Municipal de Manaus deve ser anulado

MP contabiliza mais de 50 denúncias envolvendo o certame A Câmara Municipal de Manaus (CMM) deve anular os três editais do concurso realizado em setembro...

Homem é condenado a 17 anos por atropelamento e morte de criança no interior do Amazonas

Juan Carlos da Silva e Silva, de 31 anos, foi condenado a 17 anos e dois meses de prisão em regime fechado, em julgamento...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Após denúncias, concurso público da Câmara Municipal de Manaus deve ser anulado

MP contabiliza mais de 50 denúncias envolvendo o certame A Câmara Municipal de Manaus (CMM) deve anular os três editais...

Lei que dispensa advogado de adiantar custas em ação de cobrança de honorários entra em vigor

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 15.109/25, que isenta os advogados de adiantar o pagamento...

Homem é condenado a 17 anos por atropelamento e morte de criança no interior do Amazonas

Juan Carlos da Silva e Silva, de 31 anos, foi condenado a 17 anos e dois meses de prisão...

STJ determina revisão de cálculo da pena após aumento excessivo da pena-base de réu no Amazonas

No caso concreto, o TJAM fixou a pena-base do réu em 12 anos, 5 meses e 10 dias, considerando...