A recomendação à defesa civil do município de Iranduba para cadastrar as famílias atingidas pela cheia visando facilitar a distribuição de cestas com alimentos básicos, água potável, madeiras para construção de marombas e até inclusão no aluguel social, foi feita pela defensora pública Raquel El-Bachá, que atua no GT Enchente, da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM).
Após visitar duas comunidades afetadas pela enchente no município, também foi realizada uma reunião com representantes das secretarias municipais de Assistência Social, Saúde, Defesa Civil e líderes comunitários.
Para a defensora, a avaliação foi positiva pela oportunidade de ouvir tanto a comunidade, quanto os demais órgãos envolvidos para ter uma noção do que a Prefeitura está fazendo e o que ela ainda pode fazer para atender a população.
De acordo com Raquel, nesse primeiro momento, o papel da Defensoria é averiguar como estão as metas da prefeitura de Iranduba para o enfrentamento da enchente, e propor a implantação de um sistema de alerta das cheias. “Esse monitoramento está sendo feito em todo o estado, principalmente nas cidades que já estão sendo atingidas. Esse sistema ainda está em fase de criação, mas vamos acompanhar o mapeamento das áreas para ter noção da gravidade”, explicou ela.
Em resposta, o coordenador da Defesa Civil em Iranduba, Wanderson Silva, disse que as providências já estão sendo tomadas. “Nós já estamos trabalhando e a previsão é de construir de 10km a 12km de pontes. Também estamos fazendo o cadastro das famílias, assim como buscando apoio do Governo para o auxílio enchente”, destacou.
O subcoordenador do GT Enchentes, defensor público Rodolfo Lôbo, informou que as visitas técnicas vão acontecer em outras cidades do interior do Estado. “Fomos em Careiro da Várzea, Lábrea e Eirunepé e agora vamos voltar em cidades como Anamã, Boca do Acre e Careiro Castanho. Essa é a nossa intenção: perceber aquelas cidades mais vulneráveis, mais atingidas e voltar para atender essa população. Hoje, já tem partes alagadas no Cacau Pirêra. Tem pessoas precisando de pontes, marombas, alimentação e transporte. E nós identificamos essas necessidades, já em abril. É bom ressaltar que as águas ainda estão subindo e essa população que hoje vem sendo atingida será muito maior”, disse.
O GT Enchentes da DPE-AM vai realizar outras visitas aos municípios que já são ou serão impactados pela cheia dos rios este ano, com o objetivo de acompanhar as ações desenvolvidas pelas prefeituras, bem como propor alternativas para auxiliar as famílias afetadas.
“Zap da cheia”
A Defensoria Pública do Estado lançou o “Zap da cheia”. Pelo telefone (92) 98431-7941, a população pode enviar vídeos de até um minuto, mostrando o problema e informando o local onde está, indicando o endereço completo. O serviço está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h, e as informações vão colaborar no atendimento da demanda.