As demandas de indenização por danos morais e materiais decorrentes de eventos ligados ao vínculo laboral entre empregado e empregador são de competência da Justiça do Trabalho. O simples fato de também ter se demandado o Estado não justifica o aceite de ações dessa natureza pela Justiça Estadual, uma vez que a responsabilidade do ente público é exclusivamente subsidiária.
O conteúdo jurídico integra fundamentos de acórdão da Segunda Câmara Cível do Amazonas. Foi Relator o Desembargador Yedo Simões de Oliveira, do TJAM. A decisão do Colegiado anulou sentença do Juízo da Segunda Vara da Fazenda Pública. Na origem, o magistrado condenou o Auxilio Agenciamento de Recursos Humanos e Servicos Ltda e o Estado do Amazonas ao pagamento de R$ 15 mil a título de danos morais ao funcionário demandante.
O autor alegou que na ocasião em que trabalhou como agente de socialização em presídio do Amazonas ocorreu uma rebelião, ocasião em que foi agredido e ferido por detentos.Desta forma pediu indenização por danos morais, materiais e estéticos. No juízo de origem o magistrado firmou o entendimento de que o autor não pediu verbas rescisórias, mas sim indenização sobre situação que passara em seu local de trabalho, de responsabilidade estatal. Assim, mandou o Estado indenizar. Houve recurso.
O Colegiado da Cãmara Cível, dirimindo a questão invocou Súmula do STF, firmando que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador. Não se justifica a competência da Justiça Estadual pelo simples fato de também ter se demandado o Estado, uma vez que a responsabilidade do ente público é exclusivamente subsidiária. A sentença foi anulada.
0618807-38.2017.8.04.0001 | |
Classe/Assunto: Apelação / Remessa Necessária / Perdas e Danos | |
Relator(a): Yedo Simões de Oliveira | |
Comarca: Manaus | |
Órgão julgador: Segunda Câmara Cível | |
Data do julgamento: 05/02/2024 | |
Data de publicação: 05/02/2024 | |
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA NECESSÁRIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MORAIS E MATERIAIS. AGENTE VINCULADO A EMPRESA CONTRATADA PELO ESTADO. NATUREZA TRABALHISTA DA DEMANDA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. SENTENÇA ANULADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO
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