O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) empossou vinte novos juízes, entre eles, destacou-se a história de vida de Luís Ricardo Fulgoni, que, aos 35 anos, será juiz substituto no município de Bela Vista do Paraíso, no norte do Estado.
Luís Ricardo teve diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), durante a pandemia. O magistrado conta que era oficial de justiça concursado no Rio de Janeiro, mas, para realizar o sonho de ser juiz, resolveu focar nos estudos, daí veio o período pandêmico e as provas foram adiadas.
Durante a pandemia, Fulgoni teve fortes crises e resolveu buscar ajuda profissional, sendo diagnosticado com TEA, para a sua surpresa, pois sempre se considerou uma pessoa diferente, chata, e com manias.
Luís chegou a perder uma irmã, Priscilla, vítima de feminicídio, com apenas 16 anos, assassinada pelo namorado. Na época, Fulgoni tinha 19 anos e estava cursando a faculdade de Direito. Luís contou que mesmo como diagnóstico se sentiu acolhido pelo Tribunal do Paraná.
“Com muita humanidade. Eu tenho muito orgulho de ser quem sou, de onde vim e onde consegui chegar, mesmo tendo o espectro autista. Talvez eu possa ser exemplo para outras pessoas de que, é possível sim, vencer. A gente precisa vencer essa barreira de que o autismo é sinônimo de incapacidade. Não é”, disse o magistrado.