A Corregedoria-Geral de Justiça do Amazonas (CGJ/AM), por meio da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional (Cejaia), está acompanhando um processo de adoção envolvendo um casal italiano e duas irmãs amazonenses, uma com 9 anos e outra com 12 anos.
O processo começou há um ano e meio quando os pretendentes habilitados pelo Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Franca e Tommaso, residentes na Itália, foram vinculados pelo sistema às crianças amazonenses e, através do Serviço Regional para Adoção Internacional – Região Piemonte (Servizio Regionale Per Le Adozioni Internazionali – Regione Piemonte)/organismo estrangeiro italiano, concretizam a adoção.
Hoje o casal e as crianças estão no estágio da convivência e na última segunda-feira (10/6) foram recebidos em Manaus pelo corregedor-geral de Justiça do Amazonas, desembargador Jomar Fernandes, com a presença da equipe da Cejaia, na sede do órgão, para uma conversa sobre o andamento do processo, com tradução.
O desembargador enfatizou a importância do acompanhamento feito pela Corregedoria desses processos e lembrou que “a adoção é um ato de amor que transforma vidas”. “É especialmente gratificante ver a adoção tardia (de crianças maiores e adolescentes) sendo concretizada e divulgá-la também é uma forma que vemos como um incentivo para que outras pessoas possam pensar nessa possibilidade, pois precisamos sensibilizar os pretendentes habilitados à adoção a buscarem esse outro perfil”, comentou o corregedor.
“Estes processos são fundamentais para proporcionar a estas crianças uma nova oportunidade de vida, um futuro promissor e o mais importante para elas que é ter uma família”, completou o magistrado, que também preside a Cejaia e é o administrador estadual do SNA, definiu.
Também participaram da reunião, na sede da CGJ, a secretária da Cejaia, Alessandra Maddy Figliuolo; o chefe de Gabinete da Corregedoria, Sérgio Amorim; e o servidor Rayjckaard Muhamed, da Cejaia.
Estatística do SNA
De acordo com a página do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atualmente 4.799 crianças e adolescentes estão disponíveis para adoção em todo o País. Desses, 3.315 têm entre 8 e mais de 16 anos, conforme a estatística da faixa etária do SNA.
“Os dados demonstram a importância e a necessidade de incentivarmos a adoção, conforme o ordenamento legal. Por trás desses números estão meninos e meninas com esperanças e sonhos por uma vida com amor, carinho e acolhimento. Esse processo que a Corregedoria vem realizando o acompanhamento impacta também no sentido de que vai estimular e encorajar outras pessoas a considerarem a adoção, de modo a alcançar essas crianças e adolescentes”, enfatizou Alessandra Maddy Figliuolo.
A última adoção internacional concretizada com o acompanhamento da Corregedoria do Amazonas, através da Cejaia, ocorreu há três anos. “Este novo caso reforça a importância do trabalho contínuo da Comissão Judiciária de Adoção Internacional do Amazonas em colaborar para que mais crianças tenham a chance de encontrar lares amorosos em outros países”, disse Rayjckaard Muhamed, da Cejaia.
Processo
Atualmente, o casal e as meninas estão concluindo o estágio de convivência, com permanência em solo brasileiro por no mínimo 30 dias. Um dos desafios é a barreira linguística, já que o casal não fala português. E Franca ressaltou o papel das meninas nessa comunicação: “Quando não conseguimos entender alguma coisa, elas, através de gestos, vão tentando nos ajudar a compreender, desde o primeiro dia sentimos esse laço de amor”, disse.
O casal vive e trabalha no Sul da Itália. Eles desejavam ter filhos, com o grande sonho de ter uma família e optaram pela adoção de crianças brasileiras após conversas com o organismo estrangeiro – Serviço Regional para Adoção Internacional de Piemonte -, e consolidaram o propósito da adoção internacional. No Amazonas, o caso tem recebido a colaboração de Maria de Fátima de Oliveira Gomes Farias, representante da entidade italiana que tem realizado o acompanhamento, orientações e intermediações com as autoridades brasileiras.
“Fizemos videochamadas e quando nos vimos pessoalmente foi um momento muito belo, que não sabemos nem descrever, uma sensação emocionante. Estamos muito felizes e esperamos proporcionar uma vida bem melhor para elas na Itália”, compartilhou Franca, elogiando a cordialidade e o trabalho dos servidores da Cejaia e do juízo de origem que também participou de toda a preparação das crianças amazonenses.
Processos em andamento
A Cejaia encontra-se com sete processos de adoções internacionais em andamento, “concluindo o primeiro semestre de 2024 na certeza do empenho da Corregedoria em concretizar essa adoção internacional, e logo mais, outros dois grupos de irmãos irão para Itália e Estados Unidos”, acrescentou a servidora Juliana Villarim, da Cejaia, complementando: “Adotar é acreditar que a história é mais forte que a hereditariedade, que o amor é mais forte que o destino”.
Com informações TJAM