A decisão de Alexandre de Moraes, editada no último domingo, hoje referendada pelo Supremo Tribunal Federal, resultou não apenas no afastamento de Ibaneis Rocha, do cargo de governador de Brasília, mas também na conclusão de que haveria necessidade da prisão de Anderson Torres, o ex-ministro da justiça de Jair Bolsonaro. Sobre Torres, em paralelo, também foi determinada medida cautelar de busca e apreensão em sua casa, lugar onde a Federal encontrou minuta com teor golpista e cujo documento esclarece como se daria o procedimento do pretenso golpe em pontos eleitos como principais pelos seus próprios idealizadores.
A minuta encontrada na casa de Anderson Torres, na visão investigativa, corresponde a um documento no qual há registros que revelam a intenção do teor golpista propalado por Bolsonaro durante todo o seu governo, especialmente sobre seu não aceitamento com o resultado das urnas eletrônicas, ao perder a eleição para Lula.
O documento registra medidas como a quebra de sigilo de ministros do TSE e a formação de uma comissão chefiada pelo Ministério da Defesa. O documento determinava a implantação de um Estado de Defesa no TSE.
No texto da minuta se encontram frases que expressam a vontade golpista: A quebra de sigilo de magistrados e a formação de uma comissão chefiada pelo Ministério da Defesa de Bolsonaro que viria associada a atos de fake news, com previsão de práticas terroristas, o domínio do ódio pelas redes sociais, e com planejamento voltado para o que denominavam de ‘lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022.
No documento encontrado se previa, também, o controle do espaço físico do Tribunal Superior Eleitoral, caso Bolsonaro perdesse as eleições. O escopo do ato golpista visou atingir o controle de documentos, petições, decisões, tudo sobre o processo eleitoral, com a criação de uma “Comissão de Regularidade Eleitoral”, chefiada pelo Ministério da Defesa, com poder de nomeações de outros integrantes.