Conquanto ausente previsão constitucional, neste ano de 2022 se adotou o entendimento de que as Forças Armadas fiscalizarão o processo eleitoral, conclusão lógica pelo fato de que estejam entre as entidades habilitadas a fiscalizar com dez oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, na busca de uma apuração paralela. Além dos militares, o governo Bolsonaro mobilizou, também, a Controladoria Geral da União em suas investidas contra o TSE. Nesse compasso, ingressou o TCU- Tribunal de Contas da União, que irá fiscalizar – também – e não se pode afastar o objetivo de que os dados obtidos possam se contrapor aos das Forças Armadas.
O TCU fará a auditoria de 4.161 urnas no primeiro turno das eleições. Nesse dia o TCU fará testes amostrais para aferir a integridade dos boletins das urnas. Os auditores vão comparar informações das vias impressas dos boletins com o disponibilizado pelo TSE na rede, em atinência aos padrões internacionais exigidos.
Haverá uma fiscalização da fiscalização que está sendo proposta pelos militares, porque, além da auditoria, o TCU vai verificar se a quantidade de votos dados numa seção é o mesmo registrado nas urnas. O órgão já destacou 30 auditores para ajudar na fiscalização a partir de Brasília. A disputa presidencial ficará, como sabido publicamente, entre o atual e o ex-presidente da república. Não é uma apuração paralela do TCU, mas os dados obtidos, deveras, poderão servir como uma moderação entre um conflito que já se anuncia para estas eleições.