“Os investigados participaram de uma estrutura espúria infiltrada na Abin voltada para a obtenção de toda a ordem de vantagens para o núcleo político, produzindo desinformação para atacar adversários e instituições que, por sua vez, era difundida por intermédio de vetores de propagação materializados em perfis e grupos controlados por servidores em exercício na Abin”
Com esse contexto, com base em informações da Polícia Federal, o Ministro Alexandre de Moraes, do STF, homologou a investigação que apura a existência de uma Abin Paralela.
A nova operação deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira (11) ampliou as suspeitas sobre a atuação ilegal da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Jair Bolsonaro (PL). A investigação revelou detalhes de ações clandestinas contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), parlamentares e jornalistas.
Entre os alvos do STF estão os ministros Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre bolsonaristas, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Dias Toffoli. No Poder Legislativo, os investigados incluem o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e seu antecessor, Rodrigo Maia.
A chamada Abin paralela também tentou descobrir se havia alguma ligação entre Adelio Bispo, o homem que esfaqueou Bolsonaro em 2018, e rivais do ex-presidente, incluindo o ex-ministro José Dirceu (PT). Além disso, os envolvidos foram instruídos a “caçar podres” dos deputados Arthur Lira e Kim Kataguiri (União Brasil-SP).
A polícia também interceptou trocas de mensagens do final de 2022, nas quais dois investigados discutem, segundo a investigação, uma “minuta do decreto de intervenção” visando o “rompimento democrático.
Na decisão sobre a Operação Última Milha, Moraes afirmou que os investigados “participaram de uma estrutura espúria infiltrada na Abin, voltada para a obtenção de vantagens para o núcleo político, produzindo desinformação para atacar adversários e instituições, que por sua vez, era difundida por meio de perfis e grupos controlados por servidores em exercício na Abin”.
Segundo Moraes, o relatório da Polícia Federal traz prova da materialidade e indícios suficientes dos graves delitos praticados”, entre os anos de 2019/2022, correspondente ao período em que a presidência da República esteve sob o comando de Jair Bolsonaro.