Câmara aprova projeto que facilita indenização por dano moral a vítimas de crimes

Câmara aprova projeto que facilita indenização por dano moral a vítimas de crimes

A Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (2), um projeto de lei que elimina a necessidade de novas provas para fixação de indenizações por dano moral contra condenados por crimes previstos no Código Penal. A proposta, agora encaminhada ao Senado, visa agilizar o processo de reparação para as vítimas.

A nova lei é um substitutivo da relatora, deputada Professora Goreth (PL), ao Projeto de Lei 3.777/23, originalmente proposto pelo deputado Josenildo (PSD), que focava exclusivamente em crimes sexuais contra mulheres. A relatora, alinhada com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), expandiu a abrangência para incluir todos os crimes do Código Penal.

Segundo o novo texto, a ser incluído no Código de Processo Penal (CPP), as vítimas poderão solicitar indenizações por dano moral diretamente durante o processo penal, utilizando as mesmas provas. O CPP atualmente exige que o juiz, ao proferir uma sentença condenatória, estabeleça um valor mínimo para reparação dos danos causados, considerando os prejuízos sofridos pela vítima. A nova lei especifica que esse valor mínimo poderá abranger o dano moral, sem necessidade de provas adicionais.

A relatora destacou a importância da decisão do STJ de 2018, referente a um recurso de violência doméstica contra a mulher, como base para a ampliação do escopo. “Embora o precedente tenha se referido aos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, ele pode ser estendido para todas as vítimas de crimes que afetem direitos da personalidade, conforme o princípio constitucional da reparação integral, regulamentado pelo Código Civil”, afirmou Professora Goreth.

Debate Intenso em Plenário

O autor do projeto, deputado Josenildo, enfatizou que a medida proporcionará maior celeridade processual. “Hoje, a mulher precisa esperar a condenação criminal do agressor para, só depois, buscar reparação na esfera cível. Esse processo pode levar dez anos até a reparação. Com a proposta, a reparação já virá na decisão judicial”, explicou.

No entanto, a proposta não foi unânime. O deputado Cabo Gilberto Silva (PL) criticou a medida, considerando-a redundante. “Isso aqui é chover no molhado. Não vai mudar em nada. O que precisamos fazer é dar resposta às mulheres vítimas, aumentando a pena de estupro para homens agressores de mulher”, afirmou.

Em contrapartida, o deputado Reimont (PT) defendeu veementemente a aprovação do texto, argumentando que, embora nenhuma indenização consiga apagar a violência sofrida, a medida é um passo importante na busca por justiça e reparação para as vítimas.

Leia mais

TJAM alcança marco histórico com pagamento de quase R$ 762 milhões em precatórios

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por meio de sua Central de Precatórios, atingiu marca expressiva ao efetuar o pagamento de 7.892 alvarás,...

Servidor não pode sofrer o peso de produzir prova diabólica ao disputar direito de ser promovido

Tendo o servidor se obrigado a disputar, no contexto das relações administrativas, o direito à promoção funcional, denunciando a inércia da Administração Pública, narrando...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Gratificações de estatutários não se estendem a servidores temporários, decide STF

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou seu entendimento predominante de que as gratificações pagas a servidores efetivos...

Colhedor de cenouras acometido por doença na coluna será indenizado por danos morais e materiais

Os julgadores da Primeira Turma do TRT-MG, por unanimidade, reconheceram o direito de um trabalhador rural a receber do...

TJAM alcança marco histórico com pagamento de quase R$ 762 milhões em precatórios

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por meio de sua Central de Precatórios, atingiu marca expressiva ao efetuar...

Justa causa é mantida para técnica de enfermagem que acessou prontuário de esposa do seu ex

A 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) manteve a despedida por justa causa de...