Banco deve provar autenticidade de assinatura em contrato questionado pelo cliente

Banco deve provar autenticidade de assinatura em contrato questionado pelo cliente

Instituição financeira é responsável por provar autenticidade de assinatura em contrato questionado pelo cliente

No caso em que o banco não comprovou a anuência do cliente ao empréstimo que originou os descontos impugnados no Judiciário, declara-se a ofensa às relações contratuais, com dever da instituição devolver em dobro tudo o que descontou. Além disso, considerado o longo tempo em que o cliente sofreu os decontos, os danos morais se aferem por presunção, sem se exigir provas. 

Com voto do Desembargador Yedo Simões de Oliveira, do TJAM, a Segunda Câmara Cível do Amazonas rejeitou recurso do Banco Votorantin, em julgamento contra sentença que declarou a má-fé objetiva da instituição financeira, a condenou a restituir na forma duplicada os valores irregularmente descontos do cliente/autor. Foram fixados em R$ 2 mil os valores a título de danos morais. 

Nas hipóteses em que o consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura constante em contrato bancário juntado ao processo pela instituição financeira, caberá ao Banco o ônus de provar ser verdadeiro o documento dito subscrito pelo cliente. Isso por imposição legal, seja pela norma descrita no CDC ou de igual teor do Código de Processo Civil. 

 É o Banco  que produz o contrato. Se o cliente impugna a assinatura constante no documento, quem o elaborou e produziu, no caso a instituição financeira, é que tem melhores condições de demonstrar que o cliente pessoalmente o assinou. Não o fazendo, deve responder pela falta. 

“Na hipótese em que o consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura constante em contrato bancário juntado ao processo pela instituição financeira, caberá a esta o ônus de provar a sua autenticidade”

“Considerando que o banco não comprovou a anuência do autor quanto ao empréstimo que originou os descontos por ele impugnados nesta ação, em nítido desrespeito à boa-fé objetiva, deve ser mantida a determinação de restituição em dobro e os danos morais indenizáveis” definiu o acórdão

Processo: 0000687-12.2019.8.04.2301   

Leia a ementa:

Apelação Cível / Rescisão do contrato e devolução do dinheiroRelator(a): Yedo Simões de OliveiraComarca: ApuiÓrgão julgador: Segunda Câmara CívelSegunda Câmara Cível do AmazonasData de publicação: 14/05/2024Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. DIREITO DO CONSUMIDOR E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA E OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER C/C PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ALEGAÇÃO AUTORAL DE NEGATIVA DE CONTRATAÇÃO DE EMPRÉSTIMO. ALEGAÇÃO DE FALSIFICAÇÃO DE ASSINATURA. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. NULIDADE DO CONTRATO. MANUTENÇÃO. BANCO APELANTE QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DE DESCONSTITUIR A ALEGAÇÃO AUTORAL. TEMA REPETITIVO N. 1061 DO STJ. AUSÊNCIA DE PROVA IDÔNEA. NECESSIDADE DE RESTITUIÇÃO EM DOBRO. DANOS MORAIS COMPROVADOS. PRIMEIRO RECURSO (BANCO) CONHECIDO, E DESPROVIDO E SEGUNDO RECURSO (CONSUMIDOR) CONHECIDO, E NÃO PROVIDO. SENTENÇA MANTIDA

Leia mais

MPAM investiga equipe de Netto Brito por postagem chamando população do Amazonas de “índios”

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu inquérito para investigar uma publicação da equipe do cantor Netto Brito em Benjamin Constant, no interior do...

TCE-AM concede prazo para CMM justificar contratação sem licitação de empresa de limpeza

O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) concedeu prazo de cinco dias úteis para que a Câmara Municipal de Manaus (CMM) apresente...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

MPAM investiga equipe de Netto Brito por postagem chamando população do Amazonas de “índios”

O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu inquérito para investigar uma publicação da equipe do cantor Netto Brito em...

Juiz manda WhatsApp reativar contas bloqueadas sem justificativa

O juiz Vanderlei Deolindo, da Vara Cível do Foro Regional da Tristeza da Comarca de Porto Alegre, condenou o...

Julgamento de cassação do governador do Rio é suspenso

O julgamento do pedido de cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e do vice-governador, Thiago Pampolha,...

Pena de perdimento deve observar a proporcionalidade entre o valor do veículo e o das mercadorias apreendidas

A 11ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) manteve a sentença que determinou a devolução de...