A motivação do assassinato de Marielle Franco precisa ser olhada no contexto. Não podemos dizer que houve um único e exclusivo fator, firmou o Diretor Geral da Polícia Federal Andrei Passos Rodrigues, neste domingo à imprensa, com a informação de que investigação sobre os mandantes, intermediários e executores do crime está encerrada.
São apontados como mandantes dos assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, os irmãos Chiquinho Brazão, Deputado Federal (União Brasil-RJ), e Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Rio) e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Segundo as informações que se tornaram públicas, com a retirada do sigilo imposto nas investigações, Marielle, antes da morte, atuou com prejuizos aos interesses espúrios dos irmãos Brazão no que diz respeito à exploração de áreas de milícias.
Consta nos autos que “a vereadora não escondia o seu entendimento de que as iniciativas de regularização fundiária pela caracterização de Áreas de Especial Interesse Social (AEIS) seriam adequadas para atender aos interesses dos segmentos sociais que mais sofrem com o déficit habitacional existente no Rio de Janeiro. No entanto, tais instrumentos teriam sido empregados de forma distorcida pelos irmãos Brazão, apenas para viabilizar a exploração econômica de espaços territoriais que, não raro, eram dominados por milicianos”, afirma a PGR.
Tambem, para a Polícia Federal a atuação política de Marielle Franco e de seus correligionários sofreu a oposição de interesses escusos dos irmãos Brazão que, por seus interesses com grilagem de terras, estiveram envolvidos com a mílicia do Rio de Janeiro. Antes, Marielle e Chiquinho Brazão, enquanto vereador, estiveram envolvidos em discussão na Câmara de Vereadores do Rio sobre projeto de lei “idealizado para flexibilizar regras de regularização [de terras], com a combatente oposição de Marielle que trabalhou para a defesa da função social da propriedade.