Por mais que a delação de Mauro Cid- ex ordenança de Jair Bolsonaro, negociada com a Polícia Federal tenha sido homologada pelo Ministro Alexandre de Moraes, o Procurador Geral da República, Augusto Aras posiciona-se contra a legalidade do acordo firmado, sob o fundamento de que o ato deveria ter sido conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF).
Aras se manifestou no STF contra o acordo alegando a ilegitimidade da negociação nos moldes entabulados pelos agentes federais. Ilustrando sua oposição ao “Acordo” Aras fez comparação do caso com as delações do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, que sofreu questionamentos e não possibilitaram condenações. “Aras tem lado”, vê o entorno do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a ‘performance’ do atual PGR.
A matéria defendida por Aras, a nulidade da delação, será sem dúvida levada em motivação pela defesa de Bolsonaro sobre qualquer decisão futura e iminente do Ministro Alexandre de Moraes do STF, que, ao final, com base na delação, concedeu a Mauro Cid a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares diversas.
Para o entorno de Lula, Aras tem lado e não tem independência para continuar no comando da PGR. Se havia alguma chance de Augusto Aras ser reconduzido para o próximo biênio à frente da gestão da Procuradoria da República, esta chance foi definitivamente sepultada. O raciocínio valeria, inclusive, segundo os ‘especialistas’, para aqueles que estão próximos de Aras, como o subprocurador da República Carlos Frederico Santos, que almeja chegar à Chefia da Instituição.