Antes inocentado por falta de vestígios do estupro, STF mantém réu condenado após recurso ao TJAM

Antes inocentado por falta de vestígios do estupro, STF mantém réu condenado após recurso ao TJAM

 O Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, negou recurso extraordinário que pretendeu rever condenação de um réu por estupro de vulnerável, por meio de decisão de segundo grau que reformou sentença absolutória do acusado, um professor da rede pública de ensino do Amazonas. 

Na origem, o entendimento para a absolvição foi a ausência de vestigíios da prática criminosa. Com a absolvição, recurso do Ministério Público do Amazonas encaminhou os autos à Segunda Instância. O réu, antes absolvido, foi condenado a 13 anos de reclusão, com voto liderado pela Desembargadora Vânia Maria Marques Marinho, do TJAM.   

Entre os fundamentos para a condenação registrou-se que para a configuração do crime de estupro de vulnerável basta a ocorrência de qualquer ato de conotação sexual, mesmo não havendo relação. 

A consumação do crime de estupro de vulnerável pode ocorrer com a prática de qualquer conduta que demonstre a libido sexual do agente, não necessariamente pressupondo, apenas, ato de natureza sexual que deixe marcas físicas, defendeu a Relatora para fincar a condenação. 

Com a ida do recurso ao STF, Luís Barroso definiu que a petição de agravo não trouxe novos argumentos aptos a desconstituir a decisão agravada, a qual deveria ser mantida pelos seus próprios fundamentos. 

Definiu que para dissentir do entendimento firmado pelo Tribunal do Amazonas seria necessário analisar a legislação infraconstitucional aplicada ao caso, assim como reexaminar fatos e provas constantes dos autos, procedimentos vedados no momento
processual eleito pelo condenado para rediscutir a matéria, conforme Súmula 279/STF.

A figura do crime de estupro contra vulnerável é prevista em tipo penal, descrito no artigo 217-A, criado pela Lei 12.015/2009. O texto do mencionado artigo veda a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, sob pena de reclusão, e a conduta pode ser criminalizada, inclusive, ainda que a vítima tenha dado seu consentimento para a prática. É que a vontade da vítma é considerada viciada, sem valor perante a lei. 

ARE 1514509 AgR 
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. LUÍS ROBERTO BARROSO

Leia mais

Juíza do Amazonas que declarou voto em Lula em 2022, é suspensa por 60 dias pelo CNJ

Por maioria, o CNJ suspendeu por 60 dias a juíza Rosália Guimarães Sarmento, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ/AM), em razão de manifestações...

CNJ nega a cassação de aposentadoria compulsória aplicada a Juiz pelo Tribunal do Amazonas

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) rejeitou, por unanimidade, o pedido de revisão disciplinar apresentado pelo juiz Renê Gomes da Silva Júnior, do Amazonas. Em...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Juíza do Amazonas que declarou voto em Lula em 2022, é suspensa por 60 dias pelo CNJ

Por maioria, o CNJ suspendeu por 60 dias a juíza Rosália Guimarães Sarmento, do Tribunal de Justiça do Amazonas...

CNJ nega a cassação de aposentadoria compulsória aplicada a Juiz pelo Tribunal do Amazonas

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) rejeitou, por unanimidade, o pedido de revisão disciplinar apresentado pelo juiz Renê Gomes...

Óbito fetal em gestação de alto risco, sem erro médico, não gera direito à indenização, decide TJAM

O cuidado do médico também depende da colaboração do paciente. Se o paciente não adota as medidas necessárias para...

É direito do servidor obter tutela para promoção se decorreu período máximo de espera, diz TJAM

A promoção funcional do escrivão da Polícia Civil para a 3ª Classe não exige a existência de vagas, desde...