A minuta de um documento encontrado pela Polícia Federal como resultado da busca e apreensão determinada por Alexandre de Moraes, na fase investigativa, tende a complicar a situação de Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça do Governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do governo Ibaneis Rocha. A minuta encontrada na residência do investigado autoriza a Polícia a entender que ‘o estado de defesa’ pretendido ser implantado no TSE, como consequência de um ato golpista, visando alterar o resultado nas urnas eletrônicas, além de colaborar para justificar a manutenção da prisão contra Torres, o aproxima mais, ainda das práticas criminosas de Jair Bolsonaro.
Torres tem contra si, atualmente, as imputações, decorrentes de omissão dolosa, de práticas terroristas, assacadas por atos de extremistas bolsonaristas, no último domingo em Brasília, com a depredação de prédios dos três poderes da República, com evidências de atentados antidemocráticos por meio de violência. A Polícia também avalia que Torres, no dia dos atos criminosos, em Brasília, esteve na mesma cidade que Bolsonaro, em Orlando, nos Estados Unidos da América.
A minuta justifica o estado de defesa no TSE para apurar supostos abusos no poder, suspeição e medidas ilegais tomadas no processo eleitoral pelo Ministro Alexandre de Moraes. O documento foi encontrado em um armário, na casa de Torres, como resultado de buscas e apreensões determinadas contra o investigado.
No mínimo se entende que o documento seja indiciário de práticas golpistas e sem dúvida será utilizado no caderno investigatório pela Polícia, podendo reforçar a tese de omissão de Torres e a tomada, como desdobramento, de novos pedidos de busca e apreensão e outras medidas cautelares. Mas tudo dependerá da expansão dessas medidas e do robustecimento de convencimento, tanto da Polícia, quanto do Ministério Público Federal.