Amazonas Energia recupera consumo ignorando formalidades e é condenada a pagar danos morais

Amazonas Energia recupera consumo ignorando formalidades e é condenada a pagar danos morais

A cobrança de recuperação de consumo de energia pela concessionária deve observar os requisitos estabelecidos pela Resolução ANEEL nº 414/2010. Em um caso analisado pelo Desembargador Yedo Simões de Oliveira, o magistrado destacou as falhas cometidas pela Amazonas Energia.

Além disso, a inobservância das formalidades resultou na negativação indevida do nome da usuária dos serviços, que, ao final, obteve a reparação dos danos decorrentes, fixados em R$ 5 mil.

Entre as irregularidades praticadas pela concessionária no procedimento de apuração, constatou-se a ausência do Termo de Ocorrência e Inspeção (TOI). O TOI é um documento que deve ser emitido e entregue ao consumidor, garantindo a transparência do procedimento.

A falta de notificação adequada à consumidora, que não foi devidamente comunicada sobre a cobrança e os procedimentos realizados, também constituiu omissão por parte da concessionária, reforçando a tese das irregularidades cometidas contra o consumidor.

Além disso, a Amazonas Energia se omitiu na realização de perícia técnica, procedimento considerado essencial para assegurar a veracidade dos dados que fundamentam a cobrança.

Esses pontos foram determinantes para que a cobrança fosse considerada irregular, uma vez que a concessionária descumpriu os procedimentos previstos nos artigos 129 e 130 da Resolução ANEEL nº 414/2010.

Dano Moral In Re Ipsa

Com voto do Relator, a Segunda Câmara Cível fixou que a irregularidade na cobrança resultou na negativação indevida do nome da consumidora, configurando danos morais presumidos. Isso significa que o próprio ato irregular já gera o dano, independentemente da necessidade de comprovação de prejuízo concreto.

“No caso em tela, embora tenha sido apresentado o TOI, não se comprovou a notificação prévia da consumidora, tampouco o cumprimento integral das exigências previstas na Resolução ANEEL nº 414/2010. Tal irregularidade compromete a validade da cobrança, tornando o débito inexigível. A ausência de elementos probatórios suficientes para demonstrar a regularidade do procedimento administrativo vicia a cobrança, ensejando sua nulidade”, definiu o Desembargador Yedo Simões.

Processo n. 0662643-85.2022.8.04.0001
Classe/Assunto: Apelação Cível / Anulação
Relator(a): Yedo Simões de Oliveira
Comarca: Manaus
Órgão Julgador: Segunda Câmara Cível
Data do Julgamento: 04/02/2025
Data de Publicação: 04/02/2025

Leia mais

Amazonas Energia recupera consumo ignorando formalidades e é condenada a pagar danos morais

A cobrança de recuperação de consumo de energia pela concessionária deve observar os requisitos estabelecidos pela Resolução ANEEL nº 414/2010. Em um caso analisado...

Fux nega HC e afirma que, mesmo com provas de tráfico, confissão desmentida gera efeitos reduzidos

Reiterando os limites da via do habeas corpus para reavaliação de fatos e provas, o Ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Ministério Público quer garantir cumprimento de acesso a educação infantil no Amazonas

O promotor de Justiça Leonardo Abinader Nobre, do MPAM, instaurou Procedimento Administrativo com o objetivo de acompanhar a criação...

Erro médico em cirurgia reparadora causa depressão facial e resulta em indenização a paciente

Os desembargadores integrantes da 3ª Câmara Cível do TJRN, à unanimidade de votos, negaram apelação cível interposta por um...

STJ: Não é possível dar efeito erga omnes a decisão proferida no cumprimento individual de sentença coletiva

​Para a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), não é possível dar efeito erga omnes às decisões proferidas no...

Empresária reincidente é condenada por venda de produtos vencidos em supermercado

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) manteve a condenação da sócia-administradora de um...