Às vésperas de sua aposentadoria compulsória, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, foi homenageada por um coletivo de advogadas de Brasília que dedicou a ela o livro “Ela Pede Vista – Estudos em Homenagem à ministra Rosa Weber”, lançado nesta sexta (22), na Biblioteca do Supremo.
Retrato escrito
A obra representa, segundo as organizadoras, “um retrato escrito” da trajetória da magistrada, terceira mulher a assumir uma vaga na Suprema Corte. No lançamento, oradores se sucederam nas homenagens à ministra, ressaltando feitos dos seus 47 anos de carreira na magistratura.
Firmeza e lealdade
O ministro do STF Edson Fachin disse que “não houve um dia ao longo deste período em que Rosa Weber não tenha honrado seu país”. Ele destacou a firmeza da ministra e a lealdade aos princípios democráticos na resposta aos atos de vandalismo de 8 de janeiro. Da mesma forma, idealizadores e organizadores da obra, como a presidente do grupo “Elas Pedem Vista”, Cristina Neves, lembraram a atuação da presidente do STF em favor das mulheres e de outras minorias.
Afetos
Rosa Weber, ao agradecer as homenagens, disse que a vida só vale a pena pelos afetos e que o momento confirmava esta tese. “Penso que nasci para o exercício da jurisdição, estou sendo afastada e para mim não será fácil”, disse, ela emocionada, ao falar de sua sensação com a proximidade da aposentadoria.
Dever cumprido
No prefácio, Gilmar Mendes disse que Rosa Weber se despede com a sensação do dever cumprido. “Nesses vários anos dedicados à atividade jurisdicional, a ministra trilhou uma trajetória profissional exemplar, e seu trabalho será lembrado como sinônimo de firmeza no compromisso para com o estado de direito”, escreveu.
Livro
A obra reúne 40 artigos escritos por mulheres e homens da área jurídica. Debate temas ligados às controvérsias analisadas pelos tribunais “com o peculiar olhar da ministra Rosa Weber” e destaca o papel dela como presidente do STF, do CNJ e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O texto de apresentação atribui à ministra inúmeros avanços em termos de gestão. “Deu passos firmes em prol da igualdade de gênero, promoveu reformas regimentais substantivas que alteraram a dinâmica da Suprema Corte e lançou a primeira Constituição Federal em língua indígena”.
Autoras
O livro foi concebido pelas cofundadoras do “Elas Pedem Vista”, Carol Caputo, Cristina Neves, Julia de Baére e Manuela Falcão, em parceria com Maria Elizabeth Rocha e Christine Peter. O grupo, criado em 2017, reúne advogadas de Brasília e se propõe a contribuir para o diálogo jurídico em torno de temas sensíveis à sociedade e “difundir e fomentar a opinião de mulheres sobre o Direito”.
Com informações do STF