O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia de ontem, em discurso de posse, não somente chamou a atenção pelo “revogaço” de decretos de Jair Bolsonaro, mas fez o que omitiu durante a campanha eleitoral, e deu os contornos do jogo econômico que o novo governo pretende estabelecer no país: a volta de um Estado que tenha o papel de ser o indutor da economia. O pronunciamento foi recebido com ressalvas por economistas.
Lula, ao discursar no parlatório, pregou o papel do Estado na economia, chamou o teto de gastos de estupidez e acenou para mudanças na legislação trabalhista, sem nominar nenhuma alteração na vigente legislação tributária. Lula quer o combate à desigualdade e quer a transferência de recursos dos mais abastados para a classe pobre, mas não disse como esse processo será instaurado. O que se sabe é que haverá o retorno do tradicional estado interventor.
De volta ao cenário, sem dúvida, ante o discurso do Presidente, é o hasteamento das bandeiras históricas do Partido dos Trabalhadores, especialmente com uma agenda econômica presa à nova performance da Administração Pública. A preocupação da classe econômica é quanto à condução dessas mudanças pretendidas, como a reforma trabalhista, um tema que é de interesse dominante para Lula e preocupante para a economia.
Espera-se que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad contorne o impasse com a apresentação da ‘nova regra’ que firmou será apesentada ao Congresso Nacional. Como a roda da economia irá girar é o que preocupa os especialistas. Lula promete reativar bancos públicos e empresas indutoras de crescimento, com incentivo do Estado na volta ao consumo.