No Brasil, a entrega da faixa presidencial é um ato que simboliza a transmissão do comando da Administração Pública Federal do atual chefe do Executivo ao sucessor, no caso o candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, cuja posse está definida para o dia 1º de janeiro de 2023. Entre nós, o último presidente a se recusar a comparecer à posse do sucessor foi o general João Batista Figueiredo, ao fim da ditadura militar, em 1985. A história promete se repetir com Bolsonaro.
Os motivos que levaram Figueiredo a não passar a faixa presidencial foram revelados pelo ex-presidente pouco antes de sua morte: Sarney teria apoiado os governos militares, inclusive assumido a presidência da Arena- partido que deu sustentação á ditadura militar. Sarney findou sendo vice de Tancredo, firmando oposição às forças Armadas. Com a morte de Tancredo Neves, Sarney assumiu a Presidência, e foi chamado de traidor por Figueiredo, que se recusou a lhe passar a faixa presidencial.
Manifestações antidemocráticas ainda marcam o apoio ao atual presidente associado à contestação de bolsonaristas que pedem a intervenção militar e são contra a posse de Lula na presidência da República. O PL, aliado de Bolsonaro, foi até as últimas consequências, e pediu a anulação do segundo turno das eleições. Bolsonaro se quedou mudo com seus apoiadores frente a quarteis, muitos investigados por atos antidemocráticos. Seria um contrassenso político Bolsonaro passar a faixa a Lula nessas circunstâncias, explicam aliados do Palácio do Planalto.