Os ataques golpistas às sedes dos três poderes em Brasília tornou mais uma vez evidente a falta de iniciativa de Augusto Aras, o Chefe da Procuradoria Geral da República. Aras somente deu uma resposta de sua atuação após procuradores do último grau de carreira cobrarem providências do PGR. Foi quando Aras colocou a coordenação de trabalhos da Subprocuradoria em nome de Carlos Frederico Santos. Santos foi quem assinou o pedido de inclusão de Bolsonaro no inquérito de incitação aos atos antidemocráticos. Com a lentidão de Aras, outros órgãos assumem papel na defesa de interesses públicos, como a Advocacia Geral da União.
Foi a Advocacia Geral da União que pediu ao STF, no próprio dia 08 de janeiro, a prisão em flagrante dos golpistas envolvidos nos ataques antidemocráticos, além da prisão do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. A AGU foi a primeira a formar um grupo de trabalho para a defesa do patrimônio público, depredado pelos vândalos bolsonaristas.
As medidas tomadas pela AGU incentivaram o questionamento sobre a atitude do órgão de invadir atribuições do Ministério Público. Quebras de sigilo bancário e telefônico para a identificação de depredadores foi pedida pela AGU, uma prerrogativa clara dos membros do Ministério Público. Atos que deveriam ser praticados pela PGR foram identificados em ações adotadas no âmbito da Advocacia Geral da União. A AGU justificou que esses pedidos tiveram o destino de instruir ação de natureza cível e e de improbidade administrativa, negando qualquer ingerência na área penal.