CNJ ratifica afastamento cautelar de desembargadores do Mato Grosso e do Paraná

CNJ ratifica afastamento cautelar de desembargadores do Mato Grosso e do Paraná

O Plenário do Conselho Nacional de Justiça ratificou na sexta-feira (2/8), por unanimidade, o afastamento cautelar imediato das funções dos desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, determinado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão. Foi referendado também o afastamento do desembargador Luis Cesar de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná.

No caso dos magistrados do Mato Grosso, a decisão da Corregedoria está relacionada à investigação dos vínculos mantidos entre os desembargadores e o advogado Roberto Zampieri, vítima de homicídio aos 59 anos, em dezembro do ano passado, em frente ao seu escritório, em Cuiabá. A investigação da morte do advogado tramita na 12ª Vara Criminal de Cuiabá e, segundo o Ministério Público mato-grossense, pode ter relação com decisões proferidas pela Justiça de Mato Grosso.

Há indícios de que os magistrados mantinham amizade íntima com o falecido advogado Roberto Zampieri — o que os tornaria suspeitos para decidir processos patrocinados por ele — e recebiam vantagens financeiras indevidas e presentes de elevado valor para julgarem recursos de acordo com os interesses do causídico.

Já o afastamento do desembargador Luis Cesar de Paula Espíndola se deu pelas manifestações de conteúdo potencialmente preconceituoso e misógino em relação a vítima menor de idade. Ao julgar o caso de suposto assédio, o magistrado votou contra a concessão de medida protetiva para a criança, além de afirmar que são as mulheres quem “assediam homens hoje em dia”, entre outras afirmações que extrapolam potenciais infrações funcionais.

O julgamento tratava do caso de um o professor que havia pedido o telefone da aluna de 12 anos de idade e que mandava mensagens no horário da aula, elogiando-a e pedindo que não contasse a ninguém. Segundo um depoimento, a criança não falou para a mãe o que estava acontecendo, mas dizia não querer mais ir à aula. Como não podia faltar, ia para a escola e ficava no banheiro. Com informações da assessoria de imprensa do CNJ.

Leia mais

Cliente obrigado a contratar seguro na compra do automóvel reverte ofensa e ganha danos morais

Com voto da Desembargadora Joana dos Santos Meirelles, a Primeira Câmara Cível do Amazonas analisou um recurso de apelação interposto em uma ação de...

Filiação sócioafetiva não obriga ao contraditório, podendo ser avaliada pela vontade das partes

Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs) podem abordar casos de reconhecimento de paternidade e maternidade socioafetiva de menores de 12...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Chamada de “legítima baiana”, auxiliar administrativa será indenizada em R$15 mil

Uma auxiliar administrativa de Salvador será indenizada em R$15 mil por sofrer assédio do chefe. Entre as ofensas que...

Homem é denunciado por matar idosa atropelada

O suspeito de atropelar e matar uma senhora de 69 anos que atravessava a rua em São Joaquim está...

Condutor de veículo de luxo que provocou morte de mulher vira réu na ação penal

Ao receber denúncia oferecida pela promotora de Justiça Waleska Buratto, a 1ª Vara Criminal de Campinas transformou em réu...

Stalker é condenado em R$ 10 mil para compensar danos de perseguição à vítima

O Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Planaltina condenou um homem pelos crimes de perseguição...