Assinatura Eletrônica sem elementos autenticadores é considerada falsa

Assinatura Eletrônica sem elementos autenticadores é considerada falsa

Não sendo possível identificar a idoneidade no instrumento supostamente pactuado pelo cliente, por não haver autenticadores na assinatura digital que tornem possível comprovar  ser verdadeiro o ato celebrado, como alegado pelo fornecedor, há falhas na prestação de serviços que devam ser declaradas a favor de quem acusa não ter contratado

Decisão relatada pelo Juiz Flávio Henrique Albuquerque de Freitas, adotada em julgamento do Colegiado da 3ª Turma Recursal do Amazonas, determinou a Sul América Seguro de Pessoas e Previdência, que devolva em dobro ao autor/recorrente débitos considerados indevidos de seguro vinculado, que foram contestados num processo de obrigação de fazer contra a Operadora. Com a fixação do ilícito, foram arbitrados danos morais no valor de R$ 3 mil.

Por ocasião da tramitação do processo em primeiro grau a Seguradora sofreu os efeitos da revelia, porém, por ocasião do recurso  pediu o exame de um contrato assinado na forma virtual pelo autor. 

Para o magistrado relator, não foi possível identificar a idoneidade no instrumento supostamente pactuado pelo autor, conclusão imposta por não haver autenticadores na  assinatura digital que tornassem possível a comprovação da veracidade do negócio jurídico. O contexto se insere dentro da teoria do risco, com falhas de terceiro que devem ser assumidas devido ao próprio risco dos negócios. 

A seguradora ainda tentou a devolução  na forma simples, mas a decisão relata que não seria possível reconhecer a repetição simples se o próprio fornecedor não afasta, a tempo e modo, a irregularidade assumida na cobrança de um serviço não contratado pelo consumidor.

Acrescentou-se que “o dano moral, na espécie, dá-se in re ipsa , prescindindo de prova objetiva sobre o prejuízo sofrido. Suficiente considerar os transtornos causados à pessoa ao pactuar um valor, para receber um empréstimo, e ver imposta uma obrigação  que não queria ou não anuiu, sendo descontado em limite superior a sua capacidade econômica”, com superação da tese do mero aborrecimento. 

Autos nº: 0602734-96.2023.8.04.6300

Órgão Julgador  3ª Turma Recursal
Data de publicação 06/07/2024

Leia mais

Mulher é condenada por estelionato em crime cometido com ‘elevada ousadia’ em agência bancária

O Tribunal de Justiça do Amazonas, sob relatoria do Desembargador Henrique veiga Lima, manteve a condenação de uma mulher por estelionato contra idoso. O...

Juiz declara abusiva cobrança sob a rubrica telefone+serviços digitais e manda Telefônica indenizar

"Configura-se a venda casada, visto que as rubricas assinaladas não podem ser retiradas do plano pela operadora, conforme alegam reiteradamente as prestadoras de serviços...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Prouni 2/2024: MEC ofertará mais de 13,8 mil bolsas no Amazonas

Ministério da Educação (MEC) está oferecendo, no estado do Amazonas, 13.816 bolsas para o Programa Universidade para Todos (Prouni)....

Mulher é condenada por estelionato em crime cometido com ‘elevada ousadia’ em agência bancária

O Tribunal de Justiça do Amazonas, sob relatoria do Desembargador Henrique veiga Lima, manteve a condenação de uma mulher...

Hotel é condenado a indenizar hóspede por furto

O 6º Juizado Especial Cível de Brasília condenou a empresa MDC Hotelaria LTDA a indenizar uma hóspede pelos danos...

Juiz declara abusiva cobrança sob a rubrica telefone+serviços digitais e manda Telefônica indenizar

"Configura-se a venda casada, visto que as rubricas assinaladas não podem ser retiradas do plano pela operadora, conforme alegam...