O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus a um paciente, determinando a substituição de sua prisão preventiva por medidas cautelares diversas. A decisão foi fundamentada na ausência de contemporaneidade entre os fatos imputados ao paciente e a data da decretação da prisão, além da insubsistência da necessidade de manutenção da custódia cautelar para a conveniência da instrução criminal.
O caso envolveu três ameaças supostamente praticadas pelo paciente, sendo a prisão preventiva decretada somente três anos depois, resultando em um lapso temporal sem lastro para o decreto prisional. A decisão destacou a falta de contemporaneidade entre os atos e a prisão, o que enfraquece o fundamento para a custódia cautelar.
Além disso, a instrução criminal já havia se exaurido, uma vez que todas as testemunhas de acusação foram ouvidas, eliminando o risco de interferência na produção probatória. O decreto prisional baseava-se em presunções sobre a gravidade abstrata dos crimes, sem elementos concretos nos autos.
A decisão também ressaltou a necessidade de afastamento excepcional da Súmula 691 do STF, que normalmente impede a Corte de conhecer habeas corpus contra decisões de relatores de tribunais superiores que indeferem liminares. No entanto, em obediência ao princípio da proteção judicial efetiva, o STF considerou cabível superar essa restrição devido às peculiaridades do caso.
Medidas Cautelares Diversas
O STF concluiu, no caso concreto, que as medidas alternativas previstas no art. 319 do Código de Processo Penal (CPP) são adequadas e suficientes para resguardar a ordem pública e a aplicação da lei penal, substituindo assim a prisão preventiva do paciente.
A concessão do habeas corpus pelo STF refletiu que o Judiciário realize uma análise cuidadosa da proporcionalidade e necessidade da prisão preventiva, promovendo uma abordagem que privilegia medidas cautelares menos gravosas quando estas são suficientes para atender aos fins processuais.
HC 156600 SP