TCU identifica riscos de segurança da informação em organizações públicas federais

TCU identifica riscos de segurança da informação em organizações públicas federais

O Tribunal de Contas da União (TCU) analisou, na sessão plenária na quarta-feira (27/3), processo que avaliou aspectos relacionados à segurança da informação de organizações públicas federais. O objetivo da auditoria foi identificar falhas de configuração em serviços de hospedagem web, correio eletrônico e resolução de nomes. Esse tipo de fragilidade pode ser explorada por hackers.

O trabalho concluiu que há deficiências na configuração de controles recomendados pelas boas práticas para serviços de hospedagem web, e-mail e DNS (Domain Name Service).  A maioria dos índices médios das práticas de segurança da informação apresenta nível de  maturidade baixo ou intermediário.

O método utilizado permitiu analisar milhares de domínios. Com as falhas encontradas, a maioria das organizações e seus clientes ficam expostos a ataques cibernéticos. Isso pode afetar a confidencialidade e a integridade de grande parte dos serviços digitais oferecidos à população pelo governo federal e entes subnacionais.

Foram identificados sete riscos que apontam a possibilidade de manipulação de tráfego de rede, comprometimento de contas de usuários, roubo, vazamento e perda de dados ou mesmo interrupção dos sistemas de organizações públicas. Os problemas podem impactar programas, ações e objetivos das organizações, além da perda de confiança da população e possíveis sanções legais. Por exemplo, 84% dos domínios testados estão com nível de risco alto para ataques contra as aplicações hospedadas nos seus servidores.

As principais causas da não implementação dos controles de segurança foram a falta de recursos ou investimento, de pessoal e de capacitação. Também falta efetividade na implementação das normas, e é necessário envolver a alta administração das organizações.

O ministro-relator da auditoria, Aroldo Cedraz, ressaltou a dimensão do trabalho, que avaliou 100% dos domínios identificados. “Os domínios testados são utilizados por órgãos e entidades públicas dos três poderes, nas esferas federal, estadual e municipal. Portanto, o levantamento inova também ao resultar na construção de verdadeiro inventário da segurança cibernética dos serviços de toda a administração pública brasileira”, disse.

A fiscalização busca promover a melhoria na gestão de riscos de segurança da informação desses serviços nas organizações. O Tribunal decidiu fazer a análise porque mais de 80% dos ataques de ransomware podem ser atribuídos a erros de configuração em softwares e em dispositivos, segundo o relatório Microsoft Cyber Signals 2022.

Conheça alguns problemas identificados:

  • Apenas 2% dos domínios avaliados implementam adequadamente todos os quatro  controles testados de conexão segura web (HTTPS).
  • 12% dos domínios avaliados nos testes de web e 29% nos testes de e-mail não  implementam certificados de assinatura digital.
  • 81% dos domínios avaliados nos testes de web e 86% nos testes de e-mail não  implementam assinatura de domínio DNSSEC.
  • Apenas 8% dos domínios avaliados implementam todas as proteções contra phishing avaliadas.

Encaminhamentos

O TCU vai dar conhecimento da fiscalização a oito organizações que representam a multiplicidade de instituições que detêm os domínios avaliados. A ideia é incentivar a adoção de medidas e a elaboração de estratégias  sobre a gestão dos riscos decorrentes da não implantação dos controles analisados.

Para apoiar os entes públicos, a equipe de auditoria elaborou o “Mapa de Riscos e Controles”, que busca esclarecer os controles de segurança avaliados, os riscos da não  implementação, além dos custos e benefícios. O documento também esclarece os critérios e referências para implementação  de cada controle.

A unidade técnica do TCU responsável pela fiscalização foi a Auditoria Especializada em Tecnologia da Informação (AudTI), que integra a Secretaria de Controle Externo de Governança, Inovação e Transformação Digital do Estado (SecexEstado). O relator é o ministro Aroldo Cedraz.

Com informações do TCU

Leia mais

Justiça reforma sentença e condena Riachuelo a indenizar consumidor por venda casada de seguro

A Terceira Turma Recursal do Amazonas reformou sentença para condenar a loja Riachuelo ao pagamento de R$ 1 mil por danos morais em razão...

INSS não deve apenas garantir benefícios, mas cumprir a função social de reabilitar o trabalhador

'O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desempenha um papel crucial na concessão de benefícios previdenciários e assistenciais, além de habilitar e reabilitar segurados...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Lei que preserva produção intelectual brasileira faz 20 anos

Há 20 anos, toda obra publicada no Brasil precisa ter pelo menos uma cópia enviada para a Fundação Biblioteca...

Negado HC para autor de adulteração de sinal em veículo e outros crimes

A Câmara Criminal do TJRN manteve o que foi decidido na Vara Única da Comarca de Touros, a qual converteu a...

Mantida absolvição de ‘digital influencer’ acusada de calúnia e difamação

A Câmara Criminal do TJRN manteve, em parte, a sentença da 1ª Vara de Pau dos Ferros, que absolveu...

Willian Lima conquista prata no judô, a 1ª medalha do Brasil em Paris

O judoca brasileiro Willian Lima faturou prata, a primeira medalha do país na Olimpíada de Paris. Natural de Mogi...