O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, divulgou no dia de hoje, quarta-feira, 21 de junho, não escondendo prévios apontamentos escritos que portava em mãos, que espera que o Tribunal Superior Eleitoral, presidido pelo Ministro Alexandre de Moraes, cumpra com o dever de imparcialidade em seu julgamento. Bolsonaro fez clara referência ao julgamento vivido por Dilma Roussef, quando a Máxima Corte Eleitoral, no ano de 2017, afastou do processo, a análise de fatos novos para comporem decisão em que Dilma foi absolvida. O presidente se refere a minuta do golpe encontrada na casa de seu ex-Ministro da Justiça, Anderson Torres.
Noutras palavras, o que pretende Bolsonaro é que, no julgamento do caso do uso da máquina pública que lhe é imputado, consistente na conduta indevida de divulgar a vulnerabilidade das urnas eleitorais, que o pedido de declaração de sua inelegibilidade pela Corte Eleitoral seja restrito apenas a esse fato, e não ao material adicionado quanto à minuta do golpe encontrada após a busca e apreensão determinada por Moraes na casa de Torres.
O anúncio, inclusive noticiado pela imprensa, acerca da posição do TSE, é que talvez não ocorra esse tratamento esperado pelo ex-presidente, isso porque Moraes e os demais Ministros possam levar em consideração todo o contexto golpista relacionado à Bolsonaro e não apenas aos fatos que fundamentaram, no início, o pedido de inaptidão eleitoral do ex-presidente.
Teria ocorrido, por parte de Bolsonaro, uma reiterada conduta não apenas de declarações contra o processo eleitoral brasileiro e o sistema de urnas eletrônicas, mas ações consistentes que acenaram que o ex-presidente teve a real intenção de desequilibrar o sistema eleitoral sob o comando do TSE.
Bolsonaro não poupou esforços em novamente tecer críticas a Moraes e lembrou que Michel Temmer, que o nomeou para o cargo de Ministro no STF somente o fez porque substituiu Dilma Roussef exatamente porque, no processo da chapa Dilma/Temmer, foi absolvido.